Denúncia aponta que conversa que deu origem à operação Casa de Papel partiu de celular pertencente ao vereador Hudson Pessini
Denúncia aponta que conversa que deu origem à operação Casa de Papel partiu de celular pertencente ao vereador Hudson Pessini
Investigação apurou supostas irregularidades em contratos da Prefeitura de Sorocaba
O ex-secretário de Cultura de Sorocaba, jornalista Werinton Kermes, um dos investigados na operação Casa de Papel, protocolou, no último dia 19 de fevereiro, denúncia na Corregedoria da Polícia Civil em Sorocaba e no Conselho Nacional do Ministério Público "sobre maus procedimentos de análise de provas constantes dos autos do Inquérito Policial nº 1503696-46.2019.8.26.0602, da Delegacia Seccional de Polícia Civil de Sorocaba e Gaeco/MP, oriundo da operação Casa de Papel.
Na denúncia, Werinton Kermes informa que um telefone celular (15 99687-XXXX) que se encontrava na posse e estava configurado em nome de Luciano Manoel da Silva Pereira e que "segundo consta no termo de indiciamento foi ponto de origem da operação Casa de Papel, "na verdade é de propriedade do vereador Hudson Pessini (MDB)".
Diz o denunciante no documento protocolado: "curiosamente, essa verdade não aparece na investigação policial e que o Ministério Público não se preocupou em esclarecer esse fato".
Werinton informa que "a confirmação da titularidade do número do celular foi obtida junto à operadora Vivo e chegou às suas mãos de forma anônima. Os documentos estão anexados à denúncia". O denunciante pede que as autoridades façam essa confirmação oficialmente junto à Vivo no sentido de esclarecer se esta linha é ou foi do vereador Hudson Pessini.
O celular em questão foi usado por Luciano Manoel da Silva Pereira para conversas, via WhatsApp, com Fábio Abrahão e com investigados na operação e confirmadas por Luciano em 05/04/2019 por meio de Termo de Declaração realizado junto à Delegacia Seccional de Sorocaba.
Na opinião do denunciante, "esse fato corrobora com a tese de que o vereador Hudson Pessini tinha um interesse pessoal no caso e a motivação desse interesse também merece ser investigado".
Werinton diz que ele próprio e o servidor Edmilson Cheles foram envolvidos na operação Casa de Papel "por uma vingança do vereador Hudson Pessini, já que em junho de 2018 denunciamos o vereador e seu ex-assessor, meses antes da operação, e a denúncia foi arquivada, provavelmente, pelas ligações que o vereador tinha na Seccional de Sorocaba".
"O próprio Luciano já confirmou que mantém amizade com o vereador e que o chip do celular foi presente dele. O Luciano não faz parte dos investigados da operação, apesar de, no primeiro momento, ter sido alvo de busca e apreensão na cidade de Piedade, onde mantém residência. O fato de a Polícia não investigar de quem era o celular grampeado por ela, é o mesmo que alguém que cometeu um assassinato deixar a arma do crime com cadastro, registro e a Polícia não procurar saber de quem é arma", diz Kermes.
Em janeiro último, o jornalista protocolou documentos em diversos órgãos ligados à Justiça, momento em que fez o questionamento sobre a titularidade do celular que estava em posse de Luciano, além de outras denúncias.
Outro lado
O ex-delegado assistente da Delegacia Seccional de Sorocaba, Alexandre Cassola, disse que "os inquéritos policiais a respeito dos fatos já foram relatados, encaminhados à Justiça e estão sob análise do Ministério Público para possível oferecimento de denúncia". Cassola acompanhou todas as fases da operação Casa de Papel.
Por meio de sua assessoria de Comunicação, o vereador Hudson Pessini diz: "Desconheço o número de telefone informado, bem como a existência de um chip registrado com o uso indevido dos meus dados, em posse de outra pessoa. Não fui notificado sobre a alegada denúncia e nunca fui chamado por qualquer autoridade para tratar do referido assunto. A investigação da operação Casa de Papel é resultado do empenho de profissionais íntegros e de reputação jamais questionada. Qualquer tentativa de subverter esse trabalho só demonstra o desespero em tirar o foco sobre os responsáveis por sérios desvios e atos de improbidade que prejudicaram a população de Sorocaba".
Luciano Manoel da Silva Pereira não respondeu aos questionamentos enviados pelo WhatsApp, apesar do aplicativo ter anotado que ele leu a mensagem.
Fábio Abrahão foi procurado pelo telefone, mas não foi encontrado e não retornou o recado. Novas tentativas de contato foram feitas, sem sucesso.
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Att,
Luciana Lopez
Jornalista
(15) 99718-6062
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