Jornalista que foi envolvido na operação Casa de Papel protocola em órgãos oficiais de Brasília relatório no qual aponta irregularidades da investigação


Jornalista que foi envolvido na operação Casa de Papel protocola em órgãos oficiais de Brasília relatório no qual aponta irregularidades da investigação

 

 

A presidência da Associação Brasileira dos Canais Comunitários (ABCCom) esteve nesta quarta-feira (15) em Brasília/DF para protocolar documentos direcionados aos presidentes da Câmara dos Deputados do Brasil, do Senado Federal e do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Os documentos contêm relatório corresponde à operação policial Casa de Papel, realizada em Sorocaba, que prejudicou tanto a TV Votorantim como a TV COM Sorocaba.

Fizeram o protocolo o presidente da ABCCom e da Associação dos Canais Comunitários do Estado de São Paulo (Acesp), Fernando Mauro Trezza, e o jornalista Werinton Kermes, diretor-presidente da TV Votorantim e vice-presidente da ABCCom.

De acordo com o jornalista Werinton Kermes, o relatório diz respeito à operação Casa de Papel, deflagrada pela Polícia Civil e pelo Ministério Público em 8 de abril do ano passado, com objetivo de apurar eventuais irregularidades e supostos crimes de corrupção envolvendo agentes públicos da Prefeitura de Sorocaba. Foram investigados secretários municipais e empresários locais.

Kermes teve seu nome envolvido nessa operação por ocupar a função de secretário de Cultura de Sorocaba na ocasião. Mas, além dos prejuízos causados a pessoa física, os danos foram estendidos para as TVs Comunitárias de Sorocaba (TV Com) e de Votorantim (TVV).

Kermes afirma que foi envolvido na operação por retaliação política e que as acusações feitas a ele não foram provadas. "Tudo aconteceu em julho de 2018, quando denunciei um vereador de Sorocaba e o seu assessor, que pressionaram a Secretaria de Cultura, a qual eu era o responsável, para que determinada empresa (de propriedade do assessor) gerisse a Festa Junina de Sorocaba", relembrou Kermes. "Diante disso, fui até a Polícia para relatar esta situação de ameaça e abuso de poder", completou.

Um mês depois, em agosto de 2018, Kermes conta esse vereador o ameaçou por conta desta denúncia feita por Kermes junto à Delegacia Seccional de Sorocaba. "Após ser ameaçado pelo vereador, solicitei ao então prefeito de Sorocaba José Crespo que a minha pasta tivesse um corpo jurídico para me auxiliar, que foi acatado pelo chefe do Executivo, já que este parlamentar estava me deixando em uma situação desconfortável de trabalhar em prol da cultura de Sorocaba", comentou. "Me colocaram nessa história por uma trama política, orquestrada por agentes políticos. Como falei anteriormente, tudo aconteceu com uma denúncia da Secretaria de Cultura contra o vereador, que usou estrutura pública para assediar pessoas para estar na Delegacia Seccional falar coisas que não existem sobre mim", garantiu Kermes.

"Inclusive, perguntei aos policiais sobre a minha denúncia contra o vereador, realizada em 2018 e me disseram que havia sido arquivada. Por que será, hein? Eu não cheguei nem a ser ouvido sobre a denúncia", questionou.

Na operação policial, o presidente da TV Com Sorocaba, Fábio Abrahão, também teve seu nome envolvido de maneira deturpada, uma vez que, em declaração à imprensa, disse que se viu pressionado pelo vereador e por autoridades policiais a depor sem nenhum respaldo jurídico e foi tratado à revelia como denunciante com sua fala desvirtuada, acarretando em grande prejuízo posteriormente a emissora que preside. Abrahão denunciou em entrevistas à imprensa a maneira irregular a qual foi envolvido na operação.

Um relatório contendo um vasto material com recortes de jornais e transcrições de entrevistas a emissoras de rádio foi elaborado, inclusive com uma linha do tempo iniciada em julho de 2018, quando da denúncia de Kermes à assessoria do vereador, e findada em dezembro de 2019, quando houve a troca do delegado responsável pelo caso.

"O documento com mais de 100 páginas traz transcrições de entrevistas que mostram que a operação foi um ato político para beneficiar alguém que possui relação com o delegado que foi aposentado. Anexamos ainda fotos que mostram a ação realizada em algumas residências. Esses fatos e outros foram protocolados na Câmara dos Deputados, no Senado e no Conselho Federal da OAB como uma forma de esclarecer toda a verdade sobre o caso. Fui vítima e usado para um projeto político em Sorocaba. As TVs comunitárias TV Votorantim (TVV) e TV COM Sorocaba foram mencionadas nesse processo. Durante a operação policial foram recolhidos equipamentos eletrônicos que continham trabalhos e arquivos da TV Votorantim, prejudicando significativamente a emissora e o trabalho de seus colaboradores. Produções tiveram que ser interrompidas e até cessadas, trazendo um prejuízo incalculável, principalmente social, devido ao caráter comunitário da emissora. Portanto, como tratei da minha vida pessoal e profissional de forma transparente, resolvi protocolar esse documento para explicar toda o histórico de abuso de poder e o quanto isso prejudicou as emissoras comunitárias de maneira descabida", finalizou Kermes.

 

Outras autoridades

Os jornalistas Fernando Mauro Trezza e Werinton Kermes, representantes da ABCCom, também vão protocolar os dois documentos no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) e na Associação Brasileira de Imprensa (ABI).

 

Na TV Brasil e Rádio Nacional

Ainda nesta quarta-feira (15), Werinton Kermes foi entrevistado TV Brasil, em Brasília/DF e na Rádio Nacional. "Falei sobre abuso de autoridade e poder e também sobre jornalismo praticado no interior do País".

A TV Brasil e a Rádio Nacional são emissoras públicas brasileiras, operadas pelo Governo Federal.

 

Créditos das fotos: Divulgação

Legendas:

Werinton Kermes concedeu entrevista à TV Brasil

Werinton Kermes concedeu entrevista à Rádio Nacional

Werinton Kermes protocolou o relatório em vários órgãos de Brasília

 

 

 

 

Att,

Luciana Lopez

Jornalista

(15) 99718-6062

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