Ministério Público recebe denúncia contra nomeações de Crespo

 Ministério Público recebe denúncia contra nomeações de Crespo

A vereadora Iara Bernardi (PT Sorocaba) protocolou, na tarde desta segunda-feira (10), ofício solicitando investigação por parte do Ministério Público, sobre as nomeações efetuadas pelo prefeito José Crespo (DEM). Ele nomeou Alexandre Hugo de Morais, ex-secretário da Secretaria de Abastecimento e Nutrição envolvido no escândalo da merenda escolar, e de Manoel David Korn de Carvalho, ex-prefeito de Tietê, também envolvido no escândalo da merenda, investigado pela Polícia Federal dentro da Operação Prato Feito, e condenado em primeira instância por improbidade administrativa.

Em seu documento, Iara solicita que o MP investigue a lisura dos processos de nomeação de ambos para Diretores de Área, cargo de livre provimento (sem necessidade de concurso público), com salário de cerca de R$ 10 mil reais. Para Iara, as nomeações afrontam a moralidade no trato com a coisa pública, uma vez que tanto Hugo quando David, estão sob investigação por envolvimento em problemas relacionados ao erário público. Os nomeados custarão, anualmente, cerca de R$ 322.424,22 (com os encargos patronais).

A parlamentar petista cita como base de sua solicitação, o Artigo 37 da Constituição Federal, que determina que "a administração pública direta ou indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficácia".

Os investigados - Hugo foi investigado pela Corregedoria da Prefeitura, que o apontou como o responsável pelo pagamento em duplicidade de gêneros alimentícios na merenda, e acusado pelo órgão de improbidade administrativa. Além disso, ele também foi investigado pela CPI da Merenda, presidida por Iara, que também o apontou como um dos responsáveis pelos pagamentos em duplicidade de cerca de R$ 820 mil entre Janeiro e Setembro de 2017,  para empresas fornecedoras de merenda. O relatório da CPI foi enviado à Polícia Federal, que o anexou no processo da Operação Prato Feito.

Já Manoel David foi prefeito de Tietê entre 2013 e 2016, e é investigado pela PF na Operação Prato Feito, que investiga o esquema da Máfia da Merenda em dezenas de cidades. Além disso, Manoel chegou a ter os bens bloqueados pela Justiça, após condenação em primeira instância por improbidade administrativa. Segundo o Ministério Público, em 2013, quando exercia o cargo, ele contratou a empresa Brasil Cidade para prestar serviços de reestruturação administrativa e de pessoal sem fazer licitação (processo nº 1000919-69.2016.8.26.0629, que se encontra em grau de recurso, e cujo valor da ação é de R$ 380.000,00). Em janeiro deste ano, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo condenou o ex-prefeito e agora assessor de Crespo, a pagar a importância de R$ 1.392.123,54.

11/12/2018

André Canevalle Rezende
Assessor de Imprensa
(15) 99601-7667

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Jornalista que foi envolvido na operação Casa de Papel protocola em órgãos oficiais de Brasília relatório no qual aponta irregularidades da investigação

Tatiane Polis será ouvida dia 09/04 pela CPI do Falso Voluntariado

Texto, áudio, vídeo e foto | Comissão Especial acompanhará processo licitatório da merenda em Sorocaba